É, na minha opinião, uma das boas surpresas até agora neste ano: "Um Lugar Para Viver".

Burt (Krasinski) - um actor que cativa e que promete altos voos, agora que começa a "aparecer" - e Verona (Rudolph) são um jovem casal que vivem numa pequena cidade apenas devido aos pais de Burt. Quando descobrem que vão ter um rebento e os pais dele estão de partida para a Europa, decidem dar um rumo à vida e procurar um lugar para viver, criar raízes e iniciar uma família. Mas a viagem vai mostrar algo mais que um simples sítio para assentar...

"Um Lugar Para Viver" é um filme de extremos. Se por um lado tem momentos de absoluto tédio com algumas personagens, importantes para a trama ok mas desinteressantes, tem uma ponta final absolutamente brilhante! E é aí que se nota a mão do realizador, Sam Mendes. É aí que o filme consegue momentos bastante ternurentos e que enchem o coração de quem vê. Só por isso, vale a pena este filme ser visto. Um filme que nos mostra que para se construir algo como seja uma família por exemplo, mais importante do que o sítio onde se vive ou as pessoas que nos rodeiam, tem que existir uma base sólida. E isso só se consegue havendo amor.

Fica o trailer.

"Time Traveler's Wife" é muito provavelmente o romance do ano (ainda que a estreia por cá ainda não tenha acontecido e nos EUA é de Agosto do ano passado!).

Henry DeTamble (Bana) é um bibliotecário que sofre duma disfunção genética que o obriga a viajar involuntariamente pelo tempo. O destino da viagem é uma incógnita, tanto podendo ser o passado como o futuro. É nessa viagem que conhece a mulher (Rachel) dos seus sonhos...

Adaptado de um best-seller este é um daqueles filmes tocantes ao qual é impossível escapar! É como vermos uma casca de banana no chão e pensarmos "lá vou eu cair outra vez"! É assim o cinema, quando é bem feito e a história transborda o ecrã, o espectador é envolvido e mesmo sabendo minimamente o que vai acontecer, ele vive o que lhe é apresentado. Por isso tudo, este é um daqueles romances intemporais e imperdíveis.

Fica o excelente trailer.

Era um dos filmes nomeados para a Palma de Ouro em Cannes do ano passado. Foi um dos melhores filmes que já vi este ano. Chama-se "Duplo Amor" e tem data de estreia prevista, por cá, para daqui a um mês.

Leonard (Phoenix) trabalha para o pai. Os dias sucedem-se e na sua vida falta algo, que desde um amor antigo, não voltou a sentir. No dia em que as coisas parecem começar a mudar, o inesperado toma a forma da nova vizinha (Paltrow)...

Mas este não é mais um daqueles dramas amorosos muito vistos com finais previsíveis e a puxar para o sentimento. Este é um filme com grandes interpretações (Phoenix naquele que anunciou como sendo o seu último papel está soberbo) e com uma carga dramática e realista muito grande. Dufresne dizia que "hope is a good thing, maybe the best of things, and no good thing ever dies". Red contrapunha que "Hope is a dangerous thing. Hope can drive a man insane.". Ambos têm razão. Nunca devemos deixar de sonhar e ter esperança, mas há alturas em que devemos parar, pensar e olhar à volta. Será que vale mesmo a pena deitar tudo a perder por alguém que nos dá nada?

Fica o trailer.

De vez em quando aparecem surpresas como esta, "A um Passo do Amor". É, até ao momento, um dos grandes filmes deste ano.

Harvey Shine (Hoffman) parou no tempo. Com 50 anos, sozinho e com um trabalho (escritor de “jingles”) que parece ter os dias contados, Harvey espera esquecer tudo durante uns dias e voltar a sentir-se feliz ao saber do casamento da sua filha, em Londres.  Kate Walker (Thompson), também sozinha, dedica  a sua vida ao trabalho e à mãe. O inesperado encontro entre os dois, vai transformar as suas vidas...

O que salta logo à vista neste filme são as interpretações. Dustin Hoffman e Emma Thompson fazem o que deles se esperava e elevam desde logo o filme, até porque a química entre eles funciona muito bem. Depois o filme em si, sem ser novidade dentro do género, é bastante agradável de seguir com momentos para todos os gostos.

"A um Passo do Amor" é um filme sobre últimas oportunidades (como o título indica) e sobre o amor e as suas consequências. Porque só o amor nos torna melhores , a nós e aos outros. É quando sentimos que a outra pessoa faz de nós alguém melhor que devemos parar, pensar e fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para não deixar passar este comboio, porque alguns só param uma vez na estação.

Fica o trailer e uma pequena entrevista com o protagonista.

Hoje decidi fazer um post especial, na vez de falar sobre um filme, vou falar sobre dois! Teoricamente, são dois filmes mas na prática é o mesmo filme com um intervalo de 9 anos: "Antes de Amanhecer" e "Antes do Anoitecer".

Em 1995, estreava um filme daqueles simples mas que conquistou o coração de quem o viu. Vi "Antes de Amanhecer" praticamente com a mesma idade que a dos protagonistas. Assim, o filme teve ainda mais impacto, pois mostrava alguém que conversava sobre o seu mundo, o nosso mundo, que se fascinava e sonhava com as ideias existenciais, amorosas, tudo aquilo que nos rodeava. Essa conversa acaba inevitavelmente num romance...

Jesse (Hawke) e Celine (Delpy) conhecem-se num interrail pela Europa, decidem passar essa noite em Viena e o resto..tem que ser visto! A inteligência dos diálogos faz-nos apaixonar e ao mesmo tempo sentir que aquelas duas personagens podiam ser qualquer um de nós! A "cereja no topo do bolo" acaba por ser o fim do filme, deixando ao critério de quem vê aquilo que chegou ou não a acontecer...

A surpresa surgiu em 2004, quando foi dada a conhecer uma sequela! E as sequelas, como bem se sabe, nalguns casos acabam por vir "estragar" muito do bom que o primeiro filme conseguiu. Logo, a fasquia estava elevadíssima!

Assim, 9 anos depois Jesse e Celine voltam a encontrar-se por obra do acaso, desta vez em Paris. A vida mudou-os. Os sonhos de então deram lugar a uma faceta mais realista, chegados que estão à casa dos 30. No entanto, aquela longínqua noite em Viena não mais foi esquecida...

A sequela foi muito bem conseguida, sendo tão boa ou ainda melhor que o original, (teve mesmo uma nomeação para "Melhor Argumento Adaptado") mais uma vez levando-nos a identificar com muitas das situações e realidades apresentadas. Como é que acaba "Antes do Anoitecer"? Tal como no primeiro filme fica no ar aquilo que poderá ou não acontecer, dependendo do romantismo ou realismo de quem vê. Acima de tudo, fica um(ns) filme(s) magnífico(s) e o melhor que se pode dizer, é que a certa altura nos esquecemos que estamos na presença de um filme...

Um dos romances que mais gostei até hoje foi "Cidade dos Anjos".

Inspirado no filme "As Asas do Desejo", Seth (Cage) é um anjo que tem que decidir entre a sua imortalidade, tornando-se humano, e a mulher dos seus sonhos, Maggie (Ryan), uma médica que não acredita no além, até conhecer Seth...

O filme é de uma enorme beleza, quer ao nível do argumento quer visualmente, transportando-nos para uma realidade paralela e deixando muitas questões no ar, sendo a principal: será o amor eterno?

De realçar ainda a excelente banda sonora, da qual aqui deixo uma faixa juntamente com um belo vídeo sobre o filme.

Nomeado para 3 Óscares da Academia eis um dos melhores filmes já estreados neste ainda recente ano de 2009, "Revolutionary Road".

Os Wheelers, Frank (di Caprio) e April (Winslet), são um jovem casal feliz e cheio de sonhos por cumprir. Mas como nos está sangue, mesmo quando nos sentimos bem, queremos sempre mais, somos um ser eternamente insatisfeito. É então que um sonho de uma vida melhor para o casal toma a forma de uma ida para Paris, à procura da tal felicidade completa, que supostamente não conseguem encontrar no sítio onde estão. Mas, esta ideia acaba por fazer levantar outros valores e outros problemas surgem num autêntico carrocel que parece não acabar, a não ser...

"Revolutionary Road" é um grande filme! E é-o não só pela excelente adaptação conseguida por Sam Mendes para o grande ecrã, mas, inevitavelmente, pela qualidade do elenco onde destacam dois dos melhores valores actualmente existentes na 7ª arte: Kate Winslet e Leonardo di Caprio (começa a cheirar a Óscar, mais ano menos ano!).

Já o disse algures, os Óscares são apenas a cereja no topo do bolo, e o facto deste filme ter falhado as nomeações nas principais categorias, não lhe belisca minimamente o facto de estarmos perante um excelente drama que nos toca de alguma forma, até porque nós, temos sempre a tendência de complicar o que por vezes é simples..

Deixo aqui a cena que acaba por dar o mote para o desenrolar de acontecimentos no filme.